Eu já saltei, não há como parar no ar, não há mais como voltar. Escolhi a rocha certa, a mais alta. Não há como saltar do baixo, assim você não se entrega. Saltei. Saltei me entregando de vez. Surge um certo medo de não saber a profundeza das águas onde você se joga. Olhei de cima e vi tudo tão lindo, tão convidativo a se jogar, a fazer parte daquilo tudo. E confiei em me jogar, a ser deste lugar. Saltei confiando que não me entregava a águas rasas, e sim em profundezas. E acredito sim nisso, mesmo ainda não tendo caído e rompido a lamina d'água e quebrado quaisquer possibilidades de ilusão. Ainda há receio, mas antes e maior que isso há confiança, esperança... Há fé. Fé que essas águas são profundas e intensas como eu sonhei, sendo assim o que escolhi para ser parte.
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